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Policiais consideram inadequado reajuste oferecido por Doria

Em 10 de fevereiro, o governador João Doria anunciou que fará um reajuste de 20% nos salários dos policiais técnico-científicos, civis, militares e penais do estado de São Paulo, a partir de 1° de março.
O valor não agradou aos profissionais, que aguardam desde a eleição o cumprimento da promessa de campanha de que os policiais do estado teriam o segundo maior salário do país.
“A porcentagem por si só pode parecer alta, mas se somarmos aos 5% oferecidos lá em 2019, o aumento é de cerca de 6% ao ano durante a gestão Doria, o que sequer repõe a soma das inflações anuais”, pontua o presidente do Sindicato dos Peritos Criminais do Estado de São Paulo (Sinpcresp), Eduardo Becker.
“As perdas inflacionárias do último reajuste, em 2019, atingiam 69% e, atualmente, beira os 80%, ou seja, novamente não tivemos reposição digna e seguimos entre os piores salários do país. A porcentagem de 2019 ainda foi consumida pelos aumentos dos encargos trabalhistas decorrentes da reforma previdenciária e administrativa”, completa.
Segundo levantamento do Sinpcresp, para que a promessa de campanha do governador fosse cumprida e a perícia criminal de São Paulo fosse a segunda melhor paga no Brasil, o reajuste deveria ser de, ao menos, 162%. “Nós sabíamos que se trata de um valor que o governo jamais ofereceria. No entanto, esperávamos que o estado mais rico da federação e que segue com o orçamento em superávit, pudesse oferecer uma remuneração mais digna aos profissionais”, afirmou Becker.
Outro projeto apresentado pelo Sinpcresp que acabou não sendo atendido pelo governador foi o de oferecer gratificação aos profissionais que se especializam.

Baixo salário, déficit de policiais
O baixo salário recebido pelos policiais paulistas vem refletindo ainda na defasagem de servidores. Somente na carreira de peritos criminais, o déficit é de 15%. “É cada vez mais comum a saída dos profissionais da segurança pública para outros estados ou para a iniciativa privada, com remunerações mais atrativas. Assim, o déficit de profissionais cresce, enquanto a demanda só aumenta”, disse o presidente do Sinpcresp.
“Os que permanecem, muitas vezes, acabam realizando atividades complementares, como dar aulas, em seu horário de folga para poderem complementar a renda. Tudo isso, somado à exaustão física e mental, resulta no maior índice de suicídio entre os policiais de todos os estados do Brasil”, finaliza Becker.

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