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Carnaval influencia pouco o Turismo na capital paulista

Com Carnaval atípico, em decorrência da desistência de mais de cem blocos de rua nos desfiles da capital paulista, o faturamento do Turismo não deve sofrer grande impacto este ano, de acordo com a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), para quem, embora a festa seja relevante para a economia local, a maior parte do público (91%) é formado por moradores da própria cidade e da Região Metropolitana (RMSP).

Os dados são da pesquisa do Observatório do Turismo (SPTuris), realizada em 2023. Ainda de acordo com o estudo, dentre os turistas que visitam a cidade, apenas 6,5% utilizam hotéis e flats, enquanto a maioria (62,3%) faz viagens curtas, retornando para a casa no mesmo dia — isso quando não se hospedam na residência de amigos e parentes (24,9%). Contudo, embora represente um porcentual menor, o Carnaval de rua não é irrelevante para o setor.

Faz parte da estratégia conquistar turistas de fora do estado, pois os eventos trazem segurança, fácil deslocamento e diversão. Isto é, todas as variáveis necessárias para atrair foliões que gostem do evento de rua. Além disso, o gasto médio dos visitantes na capital no ano passado foi de R$ 1.151,90, contra R$ 106,40 do folião local — diferença que movimenta restaurantes, lojas e teatros, entre outros estabelecimentos das cadeias de Comércio e Serviços que impulsionam a economia da capital paulista.

Neste ano, segundo a FecomercioSP, a desistência de mais de cem blocos dos desfiles de rua deve resultar numa diminuição do movimento na cidade, o que tende a impactar a economia de forma negativa. Sem uma projeção no número de foliões pelas ruas, também é mais difícil estimar o impacto financeiro dos gastos do público. No ano passado, o desfile das escolas de samba, que acontece no Sambódromo do Anhembi, movimentou pouco mais de R$ 200 milhões — a expectativa é que o valor não seja muito diferente neste ano.

De acordo com a FecomercioSP, o cancelamento dos desfiles por blocos de diversos tamanhos demonstra “a necessidade imediata de uma revisão na estrutura de negócios e organização entre os blocos e a Prefeitura. Não cabe à administração municipal financiar integralmente as agremiações, mas pode auxiliar na montagem da estrutura para que os blocos funcionem adequadamente dentro das regras, garantindo que a animação e as expectativas dos foliões consigam atrair o patrocínio de investidores”, conclui a entidade.

 

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