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ARTIGO: “Enel, CPTM e Sabesp – o engodo da privatização”

O apagão na cidade de São Paulo e a dificuldade da Enel (companhia responsável pelo fornecimento de energia elétrica) em atender usuários, identificar e resolver os problemas decorrentes dos fortes ventos do dia 3 de novembro, reacenderam a discussão sobre a privatização de serviços essenciais no estado mais rico da federação.

Entregue à iniciativa privada em 2018, a companhia aumentou a tarifa, teve ganho significativo de usuários, mas reduziu drasticamente a quantidade de funcionários.

O RESULTADO NÃO PODERIA SER OUTRO

Centenas de milhares de imóveis na capital financeira do país ficaram vários dias sem o fornecimento de energia elétrica, prejudicando famílias inteiras, assim como as empresas que suspenderam suas atividades. Aqueles que possuíam produtos perecíveis, foram ainda mais prejudicados.

Depois da privatização, a manutenção do sistema foi precarizada, não houve qualquer melhoria na rede e os sistemas de comunicação e as equipes reduzidas da Enel foram insuficientes para atender os chamados. Soma-se a incapacidade da empresa, o marasmo da Prefeitura e do governo de São Paulo, que não moveram uma palha para atender a população mais necessitada.

A FARSA DA QUALIDADE DO SETOR PRIVADO 

Especialistas apontam que no mundo todo, empresas estratégicas que foram privatizadas passaram a cobrar tarifas mais altas, sem qualquer melhoraria no serviço, pelo contrário, cortaram gastos e o atendimento piorou.

No entanto, não precisamos ir longe para buscar exemplos do engodo da privatização. Além da Enel, algumas linhas da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) também foram privatizadas recentemente, com resultado igualmente catastrófico, como o aumento das panes e acidentes que vem castigando os usuários do sistema desde então.

E O GOVERNO VAI PRIVATIZAR A SABESP?

É nesse cenário que o governador do estado, o bolsonarista Tarcísio de Freitas, vem tentando empurrar goela abaixo do povo paulista, a privatização da Sabesp. Estamos falando da maior empresa de saneamento da América do Sul, que não dá prejuízos e presta um serviço fundamental para a vida.

Se a Sabesp ainda não universalizou o acesso à água tratada, à coleta e tratamento do esgoto, com a privatização é que não vai mesmo, já que os recursos que poderiam ser investidos na rede, serão destinados aos lucros dos investidores.

Como nos demais exemplos, a tendência é piorar.

 

 

NILTO TATTO

(Deputado federal – PT/SP)

 

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