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Alerta: consumo de alimentos ultraprocessados amplia o número de óbitos

Os alimentos ultraprocessados já respondem por aproximadamente 57 mil óbitos por ano no Brasil. “Se seguirmos as tendências dos países desenvolvidos, veremos o crescimento de doenças relacionadas a esses produtos, entre elas, diversas enfermidades oncológicas”, alerta o médico Ramon Andrade de Mello, professor da disciplina de Oncologia Clínica do doutorado em Medicina da Universidade Nove de Julho (Uninove) e PhD em Oncologia pela Universidade do Porto, Portugal.

Uma pesquisa recente com estudos desenvolvidos pela Universidade de São Paulo, da Fiocruz, da Universidade Federal de São Paulo e da Universidade de Santiago do Chile, aponta o crescimento de mortes prematuras (de 30 a 69 anos) associadas ao consumo de alimentos ultraprocessados, que são aqueles que tem em suas fórmulas aditivos sintetizados em laboratório, como corantes, conservantes e aromatizantes.

“Não é apenas o consumo de alimentos ultraprocessados que pode provocar doenças oncológicas. O excesso de peso, alcoolismo, tabagismo e sedentarismo também podem desencadear o surgimento de tumores cancerígenos”, detalha o oncologista. Segundo ele, uma alimentação rica em alimentos de origem vegetal, como frutas, legumes, verduras, cereais integrais e outros, contribui para reduzir as possibilidades de diagnóstico de doenças oncológicas.

Ramon explica que os alimentos ultraprocessados são responsáveis por boa parte dos casos de câncer de mama, fígado, próstata, esôfago e colorretal, além do diabetes e problemas cardiovasculares que também estão relacionados ao consumo desses produtos.

No Brasil, os alimentos ultraprocessados respondem por 19,7% do total de energia dietética consumida. Segundo os pesquisadores, se o consumo de ultraprocessados alcançar o do México, que é de 29,8%, os óbitos podem chegar a 113 mil.

“Esse é um problema de saúde pública e é fundamental que tanto o setor público quanto a iniciativa privada adotem campanhas de conscientização para a redução de consumo desses produtos”, afirma Ramon Andrade de Mello.

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