DestaqueLeia TambémÚltimas Notícias

Aumento nas doações para transplante de pele

Há sete anos, quando aconteceu a tragédia da Boate Kiss, em Porto Alegre (RS), diversos países enviaram doações de tecidos para suprir a demanda e tratar as centenas de feridos. Agora, em 2020, foi a vez do Brasil enviar pele alógena para Lima, no Peru, e auxiliar na recuperação de crianças e adultos vítimas da explosão de um caminhão de gás, que matou 15 pessoas.

Essa troca de material humano para transplante só é possível devido à existência de bancos de tecido e as doações vêm aumentando  cerca de 10% ao ano.

Segundo a SBQ (Sociedade Brasileira de Queimaduras), em média 20% dos pacientes queimados precisam de internação hospitalar e parte destes pode precisar de transplantes de pele para ajudar na recuperação. Hoje, no Brasil, existem somente quatro bancos de pele e tecidos para atender todo o território e estão localizados em Porto Alegre, São Paulo, Rio de Janeiro e Curitiba, todos mantidos com recursos provenientes do SUS (Sistema Único de Saúde).

O coordenador do banco de tecidos de Porto Alegre, o mais antigo em funcionamento do país, dr. Eduardo Chem, afirma que há pouca quantidade de tecidos em estoque, uma vez que tudo que existe é utilizado em pacientes graves (queimadura de terceiro grau e extensa região). “Se tivéssemos mais doações, poderíamos utilizar em tratamentos de queimados não tão graves e também dos politraumatizados. Um banco ou dois por estado seria de bom tamanho”, afirma.

O transplante de pele é como o de qualquer outro órgão, por isso, o ideal é que as pessoas optem ainda em vida pela doação. Desta forma, os tecidos do tórax, abdômen, dorso, braços e coxas podem ser aproveitados. Segundo dr. Chem, é retirada uma lâmina bem fina de pele, mas que representa uma grande quantidade. “Percebemos que tem aumentado gradativamente as doações, cerca de 10% ao ano”, conta.

Como não se usa os imunossupressores no tratamento do paciente que recebe a doação, sempre haverá rejeição no transplante, mas o dr. Chem explica que a pele transplantada é inserida na zona lesionada e, depois de aproximadamente três semanas, ela se desintegra e o organismo se regenera sozinho.

Comente Aqui