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Segundo sindicato, Polícia Civil começa o ano com 17.131 profissionais a menos

A Polícia Civil de São Paulo começa 2024 com déficit de 17.131 profissionais. Dos 41.912 cargos previstos, e que, em tese, deveriam estar preenchidos, apenas 24.718 estão ocupados – um “buraco” de 40%.

Somente no último ano, já na gestão do governador Tarcísio de Freitas, a instituição sofreu 964 baixas, entre exonerações, aposentadorias e óbitos – sem nenhuma contratação. É o que aponta o Sindicato dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo (Sindpesp), que, diante disso, pede urgência na recomposição da força de segurança judiciária. 

Em 8 de janeiro, a Delegacia Geral de Polícia Civil publicou no Diário Oficial a convocação, para apresentação de documentos e de exame médico, dos 368 candidatos aprovados no concurso para delegado de Polícia de 2022. 

A presidente do Sindpesp, Jacqueline Valadares, defende a nomeação imediata de todos os aprovados neste certame, incluindo os excedentes. “Esperamos que todos sejam nomeados, inclusive os candidatos excedentes, e numa única chamada, tendo em vista o alto déficit que temos hoje na Polícia Civil. Não faz sentido deixar de efetivar todos esses profissionais, ou postergar a nomeação. Estamos com 17,1 mil policiais a menos, que deveriam estar em serviço”, pontua a delegada. 

O Sindpesp informa que em dezembro de 2023, do total de 3.463 cargos para delegados de Polícia no estado de São  Paulo, 2.452 estavam ocupados e outros 1.011 vagos, ou seja, quase um terço a menos. Além disso, são 4.049 escrivães a menos de um total de 8.912 cargos previstos.  

Faltam também, segundo a presidente, 4.288 investigadores, quando deveriam ser 11.957 na ativa. Os números são do Defasômetro, instrumento com o qual o Sindicato dos Delegados monitora a movimentação de recursos humanos na instituição, seja por aposentadoria, por morte ou por exoneração.  

Jacqueline lembra que a defasagem é altamente prejudicial porque “o quadro reduzido afeta a força de trabalho, compromete o rendimento, sobrecarrega as equipes que estão na ativa, que, por sua vez, sofrem com o estresse e têm a saúde mental abalada. Contratações, portanto, são urgentes e necessárias para aliviar o peso sobre quem está em serviço e, consequentemente, a melhoria da segurança para a população. A ponta é quem mais sofre. Afinal, sem Polícia Civil, não há investigação. Inquéritos podem ficar sem andamento, sem solução”. 

Também a baixa remuneração, como destaca Jacqueline, é um dos fatores que agrava o atual déficit na Polícia Civil. “Melhores salários atraem novos profissionais e incentivam os já concursados a se manterem na carreira, trabalhando com mais dedicação para o esclarecimento e o combate efetivo à criminalidade, sem precisarem buscar outras fontes de renda, bicos e extras, arriscando, muitas vezes, a vida, e prejudicando os horários de descanso”, alerta a delegada. 

Apesar do acréscimo médio de 18% no holerite da Polícia Civil – autorizado pelo Estado no segundo semestre de 2023 – os delegados de São Paulo começaram 2024 tendo um dos piores salários do país, revelou Jacqueline.  

Em São Paulo, o vencimento para quem está em início de carreira é R$ 15.037 (brutos); no Paraná, R$ 21.087. Já em Brasília, um delegado ganha R$ 19.745. São Paulo ocupa o 22º lugar entre os 26 estados e o Distrito Federal no ranking salarial dos delegados do país, informou o Sindpesp.

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