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Fechamento das lojas reflete na prévia do Balanço de Vendas de Janeiro

O fechamento do comércio nos dias 1, 2 e 3 de janeiro em cumprimento à determinação do governo estadual, que colocou, na ocasião, várias cidades paulistas, incluindo a capital, na fase vermelha do Plano São Paulo de Flexibilização Econômica, refletiu na prévia do Balanço de Vendas deste mês, da Associação Comercial de São Paulo (ACSP).

O indicador, com base nos dados fornecidos pela Boa Vista S/A, aponta que houve uma queda média de 7,8% nas vendas, levando-se em consideração o movimento do comércio relacionado à primeira quinzena de janeiro de 2020.

Este índice negativo é resultado também da alta da inflação de produtos de primeira necessidade, como arroz e leite, e do fim do Auxílio Emergencial que deixou a população com menos poder de consumo no varejo. Todo este baixo fluxo registrado no comércio representou ainda uma queda de 41,3% nestes primeiros 15 dias do mês, comparada ao mesmo período de dezembro.

Apesar disso tudo, os números não surpreendem a associação. “Não existe venda adiada; venda adiada é venda perdida”, disse Marcel Solimeo, economista da ACSP, referindo-se aos dias em que as lojas não funcionaram no início do ano. “O ano terminou ainda com o agravante da alta dos preços de alimentos e de outros itens essenciais e, agora, ainda temos que registrar o fim do pagamento do auxílio emergencial. O bolso do consumidor está mais vazio”, acrescentou.

De acordo com a ACSP, a economia vinha se recuperando desde o fim do primeiro ápice da desaceleração das vendas, ocorrido em junho do ano passado, momento em que as medidas de flexibilização começaram a valer para o comércio e quando se registrou retração de 54,9% em relação ao mês de maio último. Desde então, as perdas se diluíram ainda negativas em 47,7%, 33,6%, 14,6%, 9,2% e 5% (julho, agosto, setembro, outubro e novembro, respectivamente).

Chegou dezembro e a queda que era de 5% em novembro, indicando um possível crescimento para o último mês de 2020, fechou em índice negativo de 6,3%, período em que o comércio também fechou suas portas em cumprimento às medidas estaduais da quarentena.

Essa grande retração vista agora nesta prévia do Balanço de Vendas tinha tudo para ser reduzida no fechamento do mês. Isto aconteceria, por conta da Sampa Week, semana de promoção voltadas para lojistas e outros setores da economia, com apoio do Instituto para Desenvolvimento do Varejo (IDV), da Secretaria Municipal de Turismo e de outras entidades do varejo, que começou em 23 de janeiro e vai até o dia 31. Milhares de lojistas estão participando deste festival de liquidações.

“Acreditávamos que as vendas iriam melhorar bastante até o dia 31”, afirmou Solimeo. “Mas aí o governo estadual limitou o funcionamento do comércio novamente, por conta da pandemia da Covid-19”, emendou.

A fase vermelha da quarentena, que permite o funcionamento apenas de serviços essenciais, passou a vigorar das 20 às 6 horas em dias úteis desde o último dia 25, em todo estado, incluindo a capital, até 8 de fevereiro. As regras valem para as 24 horas dos sábados, domingos e feriados.

“Por conta disso, agora acreditamos que as vendas devem ficar tão ruins quanto mostrou a prévia do Balanço de Vendas. Se não tivesse Sampa Week o resultado seria ainda pior”, complementou Solimeo.

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