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Cresce casos de catarata sem tratamento devido à pandemia

Segundo o oftalmologista Leôncio Queiroz Neto, presidente do Instituto Penido Burnier, a restrição imposta por sucessivos decretos que suspenderam diversos atendimentos médicos à população, em razão da prioridade dada à pandemia da Covid-19, atingem toda a saúde das pessoas, inclusive a dos olhos, e que está levando a população, em alguns casos, à perda da visão.

Desse modo, pode aumentar o número de brasileiros dependentes de ajuda para realizar tarefas corriqueiras do cotidiano, explica o oftalmologista, porque nossa interação com o meio ambiente depende em 85% da visão e um levantamento realizado por ele próprio, mostra que mais da metade dos brasileiros só buscam por exame de vista quando esta já está comprometida. “Já operei uma idosa que chegou ao hospital em cadeira de rodas”, conta dr. Leôncio.

O oftalmologista afirma que de todas as doenças oculares, a catarata é a que mais cresce no país. Isso porque, embora seja multifatorial, tem como maior causa o envelhecimento que opacifica o cristalino, lente interna do olho. No Brasil, o envelhecimento acelerado da população faz com que ele responda por 49% dos casos de perda da visão, bem acima da média global de 35%, apontada por levantamento da OMS (Organização Mundial da Saúde).

“O pior é que a interrupção das cirurgias desde o final de março, para combater a pandemia, fez com que pelo menos 30% das cirurgias previstas para 2020 fossem adiadas”, informa dr. Leôncio.

Os principais sinais de catarata elencados pelo especialista são: troca frequente dos óculos, perda da visão de contraste, ofuscamento no trânsito e em locais ensolarados e necessidade de mais luz para ler.

Casos de operação

Dr. Leôncio explica que em alguns casos operar a catarata configura uma urgência. Isso acontece quando o paciente tem alta miopia que pode levar a alterações no fundo do olho e predispor ao descolamento da retina.

“Outro grupo é formado por pessoas que desenvolvem a catarata associada ao glaucoma secundário causado por diabetes, hipertensão, uso prolongado de colírios com corticoide ou um trauma que eleva a pressão intraocular sem dar sinais. Por isso, nestas condições clínicas quanto antes for realizada a cirurgia, maior a chance de preservar a visão”, alerta o oftalmologista.

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