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Quem tem fome não pode esperar

O grande desafio de um governo eleito em qualquer democracia do mundo, é garantir o bem estar do povo, bem como os direitos previstos na Constituição do país.

 

O caso do Brasil é particularmente complexo, uma vez que direitos fundamentais, como o direito à vida, são constantemente ameaçados, especialmente para as parcelas mais pobres da população: falta acesso à saúde pública; à moradia; a um meio ambiente equilibrado e obviamente, à alimentação sadia, direito previsto na Declaração Universal dos Direitos Humanos.  

 

É no direito a uma alimentação sadia que eu vou me debruçar neste artigo, afinal, a alimentação é tão vital quanto o ar que respiramos ou a água que bebemos. Chama atenção por aqui, que oito anos após ter saído do Mapa da Fome da ONU, a mazela voltou a atormentar o Brasil, que tem hoje mais de 30 milhões de cidadãos sem o que comer. Além disso, segundo Inquérito Nacional sobre Insegurança Alimentar no Contexto da Pandemia, publicado no ano passado, mais da metade (58,7%) da população brasileira vive com algum grau de insegurança alimentar.

 

O fato do Brasil já ter enfrentado com sucesso esta questão num passado recente, não significa que hoje o problema seja mais fácil de resolver, mas seguramente nos dá a segurança de que ele tem solução.

 

Para isso, no entanto, é preciso reconhecer o problema e a responsabilidade do Estado na formulação e execução de políticas públicas. Embora seja imoral, antiético e até desumano, um cidadão até pode ser indiferente ao sofrimento de seus semelhantes, mas um gestor público não – é sua obrigação cuidar do povo.

 

Felizmente, algumas iniciativas urgentes já estão sendo tomadas no âmbito do governo federal, como a retomada do Consea, o Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional, que havia sido extinto na gestão passada. Outras estratégias transversais também deverão ser adotadas, como uma política de cuidados voltada especialmente para as mulheres; a valorização do salário mínimo; a geração de emprego; a recomposição dos programas de transferência de renda; a retomada de programas de merenda escolar e, finalmente, o fortalecimento da agricultura familiar.

 

Em suma, combater a fome é inegociável e deve ser a prioridade número 1 do novo governo.

 

 

Nilto Tatto

 

(Deputado federal – PT/SP)

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