O professor Carlos Roberto Teixeira de Vasconcelos leciona alemão para estudantes do Centro de Estudos de Línguas (CEL) da Escola Estadual Leopoldo Santana, no Capão Redondo, extremo Sul paulistano, desde o ano de 2004.
Com 74 anos de idade, ele é o professor mais velho entre os mais de 180 mil que estão nas salas de aula da Secretaria da Educação do Estado de São Paulo (Seduc-SP). Ele não seria o mais velho se tivesse seguido com a aposentadoria, conquistada em 2019.
Um ano após ter conquistado a aposentadoria, o professor Carlos decidiu voltar à escola. “Eu só sei ser professor. Voltei para as aulas pelos meus alunos. O contato com a juventude me rejuvenesce”, comenta.
Em mais de 40 anos na Educação, estar no CEL há quase 20 anos tem sustentado a paixão pela docência. Ao longo das quase duas décadas, ele calcula que cerca de 800 alunos tiveram acesso à língua alemã na escola do Capão Redondo. “Dentro de uma sala de aula de idioma, estão aqueles alunos que estão completamente interessados e motivados em aprender, que realmente valorizam o que está sendo ensinado”, diz o professor.
Entre centenas de vidas transformadas com as aulas de alemão, alguns dos estudantes mantêm contato com o professor Carlos até hoje. “Tenho ex-alunos que hoje moram na Alemanha e uma aluna que voltou para me contar que passou em um processo seletivo para trabalhar na Nestlé – uma empresa Suíça, onde uma das principais línguas é a alemã –
com o conhecimento que adquiriu nas minhas aulas”, afirma com orgulho.
A formação do professor é extensa. Entre seus diplomas, estão graduação em Letras, tradutor e intérprete português/alemão; graduação em Letras, tradutor e intérprete português/inglês; pós-graduação e especialização para tradutores; e mestrado em tradução inglês/português.
O lehrer (professor, em alemão) Carlos conta que muitas vezes ao longo da trajetória foi questionado pelos próprios alunos por que, com esse currículo, escolheu dar aulas na escola pública, e no Capão Redondo. “Os nossos jovens merecem uma formação de qualidade e eu ofereço o máximo de qualidade nas minhas aulas, me sinto responsável por ajudar meus alunos a ter um norte na vida”, afirma.
Com essa formação, ao longo dos 40 anos de rede estadual, ele também lecionou inglês e esteve em mais de cinco escolas ao longo da sua jornada. É para a Escola Estadual Leopoldo Santana que ele decidiu voltar mesmo depois de aposentado.
Como professor do Centro de Estudos de Línguas, é responsabilidade de Carlos orientar e encaminhar estudantes para as provas que garantem o certificado internacional da língua emitido pelo Instituto Goethe, parceiro da Educação de São Paulo. Aos alunos, esse certificado tem vigência internacional.
Carlos já esteve duas vezes na Alemanha, uma delas por meio de uma bolsa de estudos oferecida pelo Instituto Goethe para professores dos CEL’s.
Foto: SEDUC-SP
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