DestaqueLeia TambémÚltimas Notícias

Pesquisa mostra a grave situação dos consumidores inadimplentes

A maioria dos consumidores em inadimplência, ou seja, com dívidas atrasadas, está desempregada, possui três ou mais contas em atraso e já se encontra com restrições em seus nomes há mais de 90 dias, indica pesquisa da Boa Vista, empresa que trabalha com informações para a tomada de decisões em concessão de crédito e negócios em geral. A empresa ouviu cerca de 1,4 mil consumidores (inadimplentes ou não) em todo o Brasil durante o último semestre de 2020.

A Boa Vista questionou os consumidores que se declaram inadimplentes sobre os motivos que os levaram ao atraso dos pagamentos. O desemprego foi a explicação mais citada por 35% dos entrevistados. Em seguida, para 23%, vem a diminuição da renda e em terceiro lugar, o descontrole financeiro, para 16%.

A pesquisa mostrou que 63% dos inadimplentes possuem três ou mais contas em atraso, enquanto 37% têm duas ou menos. Apesar de alto, o número de consumidores com três ou mais contas em atraso caiu em relação aos dois semestres anteriores, quando representava 65% do total.

Já o número de consumidores inadimplentes há mais de 90 dias aumentou em relação ao semestre anterior, além do fato destes serem a grande maioria, indicando que o consumidor demora a conseguir limpar o nome: 89% estão nesta situação há mais de três meses, número que era de 85% no primeiro semestre de 2020 e de 88% no segundo semestre de 2019.

Para a maioria dos consumidores inadimplentes (26%), as contas cujo não pagamento resultou em restrição ao CPF foram as chamadas contas diversas, que englobam gastos com educação, saúde, impostos e taxas, lazer e outras despesas. Em segundo lugar, vêm os empréstimos pessoais, com 15%. Em terceiro, os gastos com alimentação, para 14%.

As contas atrasadas foram contraídas pelos seguintes meios de pagamento: os boletos (30%), cartão de crédito (23%) e cartão de loja (13%). Dos consumidores entrevistados, 45% dizem possuir dívidas de até R$ 3.000 e 32% acima de R$ 5.000.

O levantamento apontou ainda que 33% dos consumidores com restrição alegam que procuraram ajuda nos bancos, seguidos dos que buscaram as financeiras (28%), parentes e familiares (26%) e amigos ou colegas (13%). Em média, apenas sete em cada cem conseguiram a ajuda esperada.

Outro dado da pesquisa é de que 29% dos consumidores pretendem pagar as dívidas que possuem em seu nome num prazo entre 30 e 90 dias. Outros 24% num prazo de 90 a 180 dias, 23% em 30 dias e outros 24% em um prazo maior que 180 dias. Já 56% vão negociar um desconto da dívida e 44% pretendem pagar o total do valor.

Os resultados da pesquisa Perfil do Consumidor, da Boa Vista, consideram 2% de margem de erro e 95% de grau de confiança.

Comente Aqui