DestaqueLeia TambémÚltimas Notícias

Extremo Sul e Leste da cidade, os que mais sofrem com má conexão de internet

Há mais de um ano, boa parte da população brasileira precisou se adaptar ao trabalho e estudo remoto, devido a pandemia da Covid-19. Essa mudança trouxe à tona uma realidade vivida há anos pela população das áreas mais periféricas, a desigualdade de acesso a essa infraestrutura para telecomunicações.

Um levantamento realizado pela Consultoria Teleco, a pedido da Associação Brasileira de Infraestrutura para Telecomunicações (Abrintel), mostrou que a cidade de São Paulo precisa aumentar o número de infraestruturas de suporte para oferecer uma conectividade melhor em todas as localidades, dinamizar a economia digital, ajudar a reduzir a desigualdade social e viabilizar uma cidade conectada de ponta a ponta.

Segundo o levantamento, das mais de 103 mil estações de telecomunicações instaladas no Brasil, 7.509 estão na cidade de São Paulo. Com base nesse número, estima-se que uma cidade como São Paulo precisaria duplicar o número de estações atuais para oferecer um serviço de qualidade em todas as localidades.

Quando os dados apurados de distribuição de infraestrutura são relacionados com a distribuição da renda média nas localidades, observa-se que a desigualdade de acesso a essa infraestrutura atinge mais a população que ganha menos.

A maior carência de antenas nos distritos que apresentam renda média mais baixa, como Capela do Socorro, Perus e Cidade Tiradentes, é ilustrada pelo maior número de pessoas atendidas por uma mesma infraestrutura, ou seja, menos infraestrutura por quilômetro quadrado e menor quantidade de antenas, ocasionando uma conexão residual abaixo do indicado.

Já os distritos com renda domiciliar mais alta, como Vila Mariana e Pinheiros, possuem menos pessoas atendidas por uma mesma infraestrutura; mais infraestrutura por quilômetro quadrado e maior quantidade de antenas.

“Há uma necessidade inegável de mudança na legislação para permitir a implantação de infraestrutura, com o objetivo de levar a abrangência dos serviços de conectividade móvel às periferias da cidade de São Paulo”, afirma Luciano Stutz, presidente da Abrintel.

Comente Aqui