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Autoridades afirmam que isolamento social é fundamental para evitar colapso na saúde

O distanciamento entre as pessoas é a melhor maneira de evitar a contaminação pelo coronavírus. Durante coletiva de imprensa realizada nesta segunda-feira (27), no Palácio dos Bandeirantes, médicos e autoridades voltaram a destacar a importância do isolamento social para que não haja um colapso na saúde, seja a rede municipal, filantrópica ou particular. De acordo com os dados registrados pelo Sistema de Monitoramento Inteligente (SIMI-SP), do Governo de São Paulo, o percentual de isolamento social na cidade de São Paulo no último domingo (26) foi de apenas 58%.

“Todo esforço que a Prefeitura e o Governo do Estado têm feito para a ampliação do número de leitos será em vão se as pessoas não colaborarem fazendo a sua parte, ficando dentro de casa. Ficar em casa, neste momento, é uma responsabilidade cívica e uma questão moral. São as nossas atitudes hoje que vão fazer com que a gente tenha resultados a serem colhidos nos próximos dias”, disse o prefeito Bruno Covas.

Permanecer em casa também é um gesto de respeito, principalmente aos profissionais da saúde, que estão na linha de frente desta pandemia atendendo à população. De acordo com o prefeito, atualmente a ocupação dos leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) na rede municipal chega em torno de 70%.

“Não vamos conseguir atender a todos, como estamos conseguindo atender hoje, se as pessoas não colaborarem com o isolamento. Por isso, fazemos mais uma vez este apelo, para que as pessoas possam permanecer dentro de casa. Nós reconhecemos o sacrifício que as pessoas têm feito ao longo das últimas semanas, mas isso é extremamente necessário para que a gente possa enfrentar essa pandemia”, ressaltou Covas.

diretora clínica do Hospital das Clínicas, Eloísa Bonfá, explicou que, desde o dia 30 de março, o maior instituto do local foi isolado. Atualmente, quase mil pacientes já foram internados, acolhidos e atendidos só nesta unidade.

“Isso só foi possível porque nós tivemos tempo e locais para atender esses pacientes. Se esses mil pacientes chegassem a nossa porta em um dia, nós não teríamos condições de atender. Por isso, eu queria que a população entendesse que nós estamos nos preparando para a maior operação de guerra pela vida que o HC presenciou nos seus 76 anos de vida”, alertou Bonfá.

No início deste ano, a capital contava com 507 leitos de UTI. Com a pandemia, a ideia inicial era dobrar este número. “Vínhamos trabalhando até a semana passada com a ampliação de 930 leitos de UTI e agora a gente já trabalha com a ampliação de mais 1.361 leitos de UTI na cidade de São Paulo, dos quais metade deve ser entregue até o fim deste mês de abril e a outra metade, até o fim de maio. São também mais leitos de enfermagem, somando ao todo 3.630 leitos adicionados pela Prefeitura”, disse o prefeito sobre a rede municipal.

Mesmo com todo este esforço para a ampliação do número de leitos, o secretário Estadual de Saúde, José Henrique Germann, alertou: “Frente aos números que o prefeito colocou e mais aqueles que poderemos chegar, esses leitos de UTI não serão suficientes se as pessoas não ficarem em casa, mantendo a taxa de isolamento em torno de, no mínimo, 60%”, disse o secretário.

SIMI-SP
A central de inteligência analisa os dados de telefonia móvel para indicar tendências de deslocamento e apontar a eficácia das medidas de isolamento social. Com isso, é possível apontar em quais regiões a adesão à quarentena é maior e em quais as campanhas de conscientização precisam ser intensificadas, inclusive com apoio das prefeituras.

O SIMI-SP é viabilizado por meio de acordo com as operadoras de telefonia Vivo, Claro, Oi e TIM para que o Estado possa consultar informações agregadas sobre deslocamento nos 645 municípios paulistas. As informações são aglutinadas sem desrespeitar a privacidade de cada usuário. Os dados de georreferenciamento servem para aprimorar as medidas de isolamento social para enfrentamento ao coronavírus.

No momento, há acesso a dados referentes a 104 cidades com mais de 70 mil habitantes. O sistema é atualizado diariamente para incluir informações de municípios. Os gráficos podem ser acessados aqui.

Quarentena
Conforme projeção do Instituto Butantan, centro de pesquisas biomédicas vinculado à Secretaria de Estado da Saúde, a quarentena pode evitar 166 mil óbitos em todo o Estado de São Paulo, além de 630 mil hospitalizações e 168 mil internações em UTIs

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