O verão de 2024 caminha para ser o mais quente já registrado no planeta Terra, superando o recorde de 2023 e apontando uma tendência clara de aquecimento global, conforme previsto e anunciado amplamente pela ciência.
No Brasil as temperaturas mais altas da história trouxeram consigo várias consequências alarmantes: de chuvas intensas no Rio Grande do Sul a uma seca que atinge 60% do território nacional, ameaçando a agricultura, o abastecimento de água, a geração de energia, a manutenção da biodiversidade e a nossa própria forma de ser e existir no planeta.
Neste contexto, a preservação da biodiversidade e a restauração dos ecossistemas se mostram ferramentas indispensáveis para o enfrentamento das emergências climáticas, conjunto de eventos extremos causados pelo aquecimento global, que por sua vez vem sendo sistematicamente acentuado pela ação humana.
Além da Conferência das Partes sobre o Clima, conhecida como COP (hoje a maior assembleia da ONU), há outro encontro multilateral internacional de fundamental importância para definir estratégias, metas e mecanismos de prevenção e mitigação dos efeitos de eventos climáticos cada vez mais intensos e frequentes, a Conferência da Diversidade Biológica, ou COP da Biodiversidade.
O Brasil não pode abrir mão de sua sociobiodiversidade, ou seja, do conjunto de culturas e povos, da fauna e da flora, dos nossos corpos d’água, do conjunto de biomas que seguramente são as nossas maiores riquezas para esta e para as futuras gerações. Essa riqueza pode ser o nosso passaporte para uma sociedade mais justa e sustentável, como também uma agenda de oportunidade que nenhuma outra nação tem.
Durante a COP da Biodiversidade, o Brasil vai mostrar mais uma vez porque é o país com as melhores condições não apenas para fazer a transição ecológica, mas para liderar o mundo em uma agenda fundamental para a manutenção da vida no planeta.
Além de tudo que o Ministério do Meio Ambiente já fez de 2023 pra cá, uma das estratégias mais bem sucedidas para enfrentar a crise climática tem sido a retomada da participação da sociedade em todas as frentes, construindo entendimentos e pactuando políticas públicas efetivas.
É claro que ainda há muitos desafios, alguns deles urgentes, como o enfrentamento às queimadas criminosas e ao desmatamento ilegal, mas eles não podem ofuscar a importância do trabalho desenvolvido até aqui pelo Ministério do Meio Ambiente e pela recuperação de todo o sistema ambiental brasileiro.
Nilto Tatto
(Deputado federal – PT/SP)
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