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Acordo sobre perdas e danos, o destaque da COP27

Terminada a COP27, o maior encontro do mundo para debater as emergências climáticas, é hora de fazer um pequeno balanço do que foi extraído do evento que reuniu chefes de Estado de quase duzentos países, representantes da sociedade civil organizada, da imprensa, acadêmicos e cientistas. Quais foram os avanços no enfrentamento ao aquecimento global? Houve retrocessos?

As perguntas que ficaram no ar não foram todas respondidas nas duas semanas de evento e portanto, não poderão ser respondidas neste pequeno artigo, mas podemos ter uma ideia geral do que aconteceu e do que está por vir.

Além da presença ilustre do presidente Lula e da ex-ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, talvez as duas figuras mais aguardadas do evento, tivemos como destaque a aprovação de um acordo sobre “perdas e danos”, um tema que vinha sendo discutido há aproximadamente 30 anos.

O texto votado e aprovado no fechar das cortinas, prevê a “criação de novos mecanismos de financiamento para ajudar países em desenvolvimento que são particularmente vulneráveis aos efeitos adversos das mudanças climáticas”. A proposta busca “novos arranjos financeiros”, indo ao encontro de iniciativas como mercados de carbono e uma diversidade de fontes que pode incluir bancos multilaterais e seguradoras.

Segundo o secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, “um fundo para perdas e danos é essencial, mas não é a resposta se a crise climática varre do mapa um pequeno Estado-ilha ou transforma um país africano inteiro em deserto”.

Além disso, a mera criação de um fundo também não significa o reconhecimento e a inclusão de atores como os povos originários. Hoje sabemos que não se pode falar em pagamento por serviços ambientais, sem incluir estes grandes parceiros na conservação ambiental.

Questões relativas à raça e gênero, que estão diretamente ligadas ao modelo de sociedade que vivemos e portanto à crise climática, também ficaram em segundo plano.

Estes são apenas alguns dos nós que ainda precisam ser desatados e que demandam um olhar mais humano sobre uma questão que diz respeito à toda forma de vida no planeta.

 

Nilto Tatto

(Deputado federal – PT/SP)

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