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Abaixo-assinado por ampliação do Parque Burle Marx

A pressão pela construção de dezenas de prédios no entorno do Parque Burle Marx, situado às margens da Marginal Pinheiros, na zona Sul paulistana, com projetos das construtoras “Camargo Corrêa” e “Cyrela”, tem causado preocupação na região.

Diante disso, moradores dos bairros Panamby, Vila Andrade, Morumbi e adjacências, estão mobilizados para garantir a ampliação do parque. Um abaixo-assinado já com mais de 25 mil assinaturas, pede a desapropriação de terrenos vizinhos, com compensação de potencial construtivo em outras áreas.

O movimento de moradores alega a rica biodiversidade do Parque Burle Marx, que abriga espécies nativas ameaçadas (caneleira e pau-jacaré) e ainda o Adelopoma paulistanum, um caramujo recentemente identificado e exclusivo da região. Técnicos também alertam para nascentes e brejos que garantem o equilíbrio hídrico e podem reduzir os riscos de enchentes no rio Pinheiros.

Segundo especialistas, a área representa um dos últimos remanescentes da mata ciliar do rio Pinheiros, essencial para a conectividade ecológica da Mata Atlântica urbana. A expansão do Burle Marx mais que dobra a área verde, promovendo conservação e protegendo nascentes importantes.

A ESTRATÉGIA DA COMUNIDADE

A ideia dos moradores inclui permutas urbanísticas. O Fórum Imobiliário Panamby propôs a troca dos terrenos por certificados de potencial construtivo em áreas alternativas, sem custo para a Prefeitura que, em abril, inscreveu oficialmente a expansão de cerca de 200.900 metros quadrados no Quadro 7 do Plano Diretor Estratégico, abrindo assim, caminho para a formalização da desapropriação.

Por outro lado, a gestora do parque – Fundação Aron Birmann – informou seu apoio à iniciativa, mas destacou que há custos elevados para viabilizar a doação desses terrenos e ressaltou a necessidade de estudos adicionais pelo poder público.

A mobilização prossegue com audiências públicas para discutir compensações urbanísticas e evitar que o crescimento imobiliário não comprometa o patrimônio ambiental, além de fortalecer o diálogo entre Prefeitura, população e setor privado.

 

Fonte:  Tribuna de Santo Amaro

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