A Secretaria Municipal da Saúde (SMS), da Prefeitura de São Paulo, chama a atenção para a importância do cuidado da saúde da mulher, especialmente para a prevenção e diagnóstico precoce do câncer de mama e do câncer de colo do útero.
A detecção precoce é fundamental para o sucesso do tratamento, sendo a mamografia o exame que detecta o câncer de mama, e a citologia oncótica (também conhecido como Papanicolau), para o câncer de colo do útero, as principais ferramentas de rastreamento.
Entre 2020 e 2024, a SMS registrou um aumento de 62% no número de mamografias realizadas na rede municipal. De janeiro a julho de 2025, foram realizados 196.147 exames. No mesmo período, o número de exames de citologia oncótica também cresceu, de 425.196 para 548.866.
Essas doenças estão entre as principais causas de morte por câncer em mulheres no Brasil. De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca), o câncer de mama está entre os primeiros que mais acomete mulheres no país. Já o câncer de colo do útero é o terceiro mais incidente e está fortemente associado à infecção persistente pelo papilomavírus humano (HPV).
Na rede municipal, a prevenção dos dois tipos de câncer se inicia nas Unidades Básicas de Saúde (UBS’s), onde a mulher encontra acolhimento e, se necessário, encaminhamento para outros equipamentos. A SMS conta com dois Centros de Exames da Mulher (CEM), localizados nas zonas Leste e Sul (no largo do Socorro, em Socorro) da capital, e 14 Serviços de Referência de Mama (SRM).
“No caso do surgimento de sintomas suspeitos, os exames podem ser solicitados a qualquer momento e não é necessário passar pela consulta com o médico. Eles podem ser solicitados diretamente no acolhimento”, explica a coordenadora da Área Técnica de Saúde da Mulher da SMS, Lígia Mascarenhas. Ela ressalta ainda que o autoexame de mama e a avaliação ginecológica periódica são essenciais.
VACINAÇÃO PARA CÂNCER DE COLO DO ÚTERO
Uma das formas de prevenção ao câncer de colo do útero é a vacinação contra o HPV. A vacina disponível na rede pública é a quadrivalente, prevenindo infecções provocadas pelos sorotipos mais frequentes do vírus, que são 6, 11, 16 e 18. Os tipos 16 e 18 são responsáveis por 70% dos casos de câncer de colo do útero em todo o mundo. Já os 6 e 11 causam 90% das verrugas genitais. Além do câncer de colo do útero, o imunizante também protege contra os cânceres de vulva, vagina, ânus, oral e peniano.
Embora o HPV seja uma infecção sexualmente transmissível (IST), apenas o uso de preservativo não é o suficiente para a prevenção, uma vez que o vírus pode estar presente em outras superfícies da pele, não protegidas pelas camisinhas, como vulva, períneo, bolsa escrotal e região pubiana.
O imunizante contra o HPV é indicado em dose única para meninos e meninas entre 9 e 14 anos de idade, e para adolescentes de 15 a 19 nunca vacinados. Também devem receber o imunizante pessoas entre 9 e 45 anos de idade vítimas de violência sexual, vivendo com HIV/Aids, em uso de drogas imunossupressoras, transplantados de órgãos sólidos e medula óssea, e pacientes oncológicos.
Também é indicado para pessoas a partir de 2 anos de idade portadoras de Papilomatose Respiratória Recorrente (PRR) e para pessoas entre 15 e 45 anos de idade que fazem uso de Profilaxia Pré-Exposição (PrEP) ao HIV.


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