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Professor da Unisa alerta para o crescimento do consumo de álcool

Segundo o último relatório sobre a situação mundial de álcool, saúde e o tratamento de transtornos por uso de substâncias, produzido pela Organização Mundial da Saúde (OMS), no mundo duas milhões de mortes são atribuídas ao consumo de álcool e 0,6 milhão de óbitos estão relacionadas ao uso de drogas psicoativas, por ano.

Também o Relatório Mundial sobre Drogas 2024, realizado pelo Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC), aponta aumento do consumo de drogas e álcool no mundo. Segundo o levantamento, cerca de 292 milhões de pessoas usaram drogas em 2022, no mundo, um aumento de 20% em relação à década anterior.

O uso de drogas impacta a saúde de 64 milhões de pessoas em todo o mundo, contudo apenas uma em cada 11 pessoas recebe tratamento adequado. O relatório indica ainda que as mulheres têm menos acesso a cuidados comparado com os homens. A cada sete homens, uma mulher recebe atendimento terapêutico.

O psiquiatra e professor do curso de Medicina da Universidade Santo Amaro (Unisa), Kalil Duailibi (foto), observa crescimento significativo no consumo de álcool desde o período da pandemia. “A cada novo estudo os indicadores são ainda mais alarmantes. Campanhas de conscientização e prevenção de combate ao uso de drogas e álcool são de extrema importância, assim como o acesso ao tratamento adequado”, comenta o psiquiatra.

Kalil adverte para o cuidado dentro de casa, em especial, com as crianças e os adolescentes, pois muitos comportamentos que são adquiridos entre a infância e a adolescência tendem a se perpetuar na vida adulta. “Afinal, que exemplo estamos dando aos nossos filhos e netos?”, indaga.

Segundo o professor, os jovens que começam a beber antes dos 21 anos têm probabilidade quatro vezes maior de desenvolverem dependência alcoólica. Além das questões relacionadas ao desenvolvimento biológico, o início precoce do consumo de álcool tem outros impactos importantes, pois aumenta o risco de lesões corporais, de envolvimento em acidentes de trânsito, de vulnerabilidade a riscos como gestação indesejada e o aparecimento de doenças sexualmente transmissíveis.

“Este é um alerta fundamental. A responsabilidade é de todos: famílias, escolas, comunidades, profissionais de saúde, mídias e governos. Precisamos atentar a este tipo de comportamento tão nocivo antes que seja tarde demais. E o primeiro caminho é, sem dúvida, a prevenção e a informação”, conclui Kalil Duailibi.

 

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