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Delegados também têm trabalhos extras para complementar renda

A Polícia Civil enfrenta, no estado de São Paulo, realidade desafiadora. Por exemplo, seis em cada dez delegados precisam de renda complementar e, por isso, têm trabalhos extras. É o que revela recente levantamento do Sindicato dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo (Sindpesp).

A informação consta no estudo “Raio-X da Carreira de Delegado de Polícia”, encomendado pelo sindicato para o Instituto Datapim. Foram entrevistados 711 delegados, entre ativos e inativos, em todo o estado paulista.

Entre os aposentados, segundo a pesquisa, 42% continuam trabalhando – muitas vezes, expostos a riscos. É o caso do ex-delegado-geral da Polícia Civil de São Paulo, Ruy Ferraz Fontes, executado no último dia 15, na Baixada Santista, numa emboscada.

O estudo do Sindpesp ainda indica que, na ativa, delegados precisam lidar com a exaustão de uma segunda jornada, aliada à sobrecarga de plantões desfalcados de pessoal. Hoje, o déficit é de mais de 15 mil policiais, e não faltam apenas delegados no expediente. Os cargos vagos são também de investigadores, escrivães, perito criminal e papiloscopista, entre outros.

A situação dos delegados de São Paulo – o 4º pior salário entre os 27 estados do Brasil – está cada vez mais insustentável, como alerta a presidente do Sindpesp, delegada Jacqueline Valadares (FOTO 2):

“As carreiras da Polícia Civil bandeirante são pouco atrativas e se observa, em paralelo, grande evasão para polícias de outros estados, que pagam melhor, e até para outros órgãos públicos e ocupações. Esta é a realidade de uma classe que sofre, há muito tempo, com a falta de uma carreira estruturada e com lamentável desvalorização remuneratória”.

PROMESSAS DE CAMPANHA

O Sindpesp informa que vem cobrando do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, promessas da época da campanha de 2022, de valorização e de modernização da instituição, que possam vir, inclusive, incorporadas à Nova Lei Orgânica da Polícia Civil, em fase de elaboração.

A expectativa é que distorções salariais sejam corrigidas, além de haver garantia de pagamento de direitos básicos (hora extra, adicional por trabalho noturno e auxílio-saúde, para citar alguns). Entretanto, a apresentação do texto-final da Nova Lei Orgânica está atrasada.

Por fim, o Sindpesp destaca a pesquisa do Instituto Atlas/Bloomberg, divulgada em agosto passado, que revelou que a Polícia Civil é a instituição mais confiável para 60% dos brasileiros, à frente da Polícia Militar (56%), da Igreja Católica (53%) e da Polícia Federal (49%).

 

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