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Ave mais perigosa do mundo vive no Zoológico de São Paulo

Com aparência que remete às criaturas do período jurássico, o casuar-do-sul (Casuarius casuarius), originário da Nova Guiné, Indonésia e norte da Austrália, é considerado por muitos especialistas a ave mais perigosa do mundo. No Brasil, o Zoológico de São Paulo é um dos poucos locais onde é possível observar essa espécie de perto. Lá, vivem Nino e Nina, um casal mantido sob cuidados humanos.

No dia 26 de setembro é celebrado o Dia Mundial do Casuar, data criada para chamar atenção à conservação dessa espécie curiosa, fundamental para o equilíbrio dos ecossistemas tropicais – e que pode ser mortal se provocada.

Com mais de 1,70 metro de altura, podendo pesar mais de 60 quilos, o casuar possui unhas afiadas em cada pé que podem medir até 12 centímetros. Um único chute é capaz de causar ferimentos graves, tanto em humanos quanto em predadores. Casos de ataques são raros, mas documentados, geralmente associados a situações em que o animal se sente ameaçado ou encurralado. Por isso, o manejo sob cuidados humanos requer protocolos específicos de segurança.

“O cuidado com esse animal é tranquilo”, explica Fernanda Vaz Guida, bióloga e chefe do setor de aves do Zoológico.

Apesar da aparência intimidadora, o casuar-do-sul desempenha um papel fundamental no ecossistema em que vive. A espécie é um dos principais dispersores nas florestas tropicais. Sua dieta baseada em frutas e seu longo trato digestivo permitem que sementes de diversas espécies sejam transportadas e germinadas após passarem pelo sistema digestório da ave.

“Nosso objetivo é ampliar a compreensão do público sobre o valor ecológico da espécie, para além da imagem que pode parecer agressiva”, afirma Guida.

CONHEÇA NINO E NINA

Nino e Nina não compartilham o mesmo ambiente, pois assim como ocorre na natureza, os casuares são animais solitários, extremamente territorialistas, e só se aproximam durante o período reprodutivo. Fora dessa fase, a convivência pode ser marcada por comportamentos agressivos, o que torna essencial a separação entre os dois.

Nino, tem mais de 30 anos e chegou ao Zoológico ainda jovem, em 1995, vindo de uma instituição do interior paulista. Já Nina, tem cerca de 20 anos e foi acolhida em 2006, com aproximadamente dois anos de idade, vinda do mesmo zoológico. Apesar de viverem em espaços distintos, ambos recebem os cuidados adequados e têm acesso a ambientes enriquecidos, com vegetação densa e estrutura que permite a expressão de seus comportamentos naturais.

O casuar-do-sul pertence ao grupo das ratitas, aves corredoras que não voam, como o avestruz e o emu. Um de seus traços mais marcantes é a carúncula, uma estrutura óssea no topo da cabeça que lembra um capacete. Acredita-se que essa adaptação ajude a ave a se movimentar com agilidade por entre a vegetação densa. Outro comportamento incomum entre as aves é o cuidado parental: no caso do casuar, o macho é responsável por incubar os ovos e proteger os filhotes nas primeiras semanas de vida.

No Zoo São Paulo os tratadores acompanham de perto o comportamento de Nino e Nina, sempre priorizando a segurança e o bem-estar desses animais tão únicos.

A espécie está atualmente classificada como pouco preocupante pela União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN), mas a destruição do habitat, a fragmentação das florestas e o atropelamento em áreas de expansão urbana podem ameaçar essa e outras espécies.

O funcionamento do Zoológico é de segunda a sexta-feira, das 9h às 16h (visitação até 17h), e  sábados, domingos e feriados, das 9h às 17h (visitação até 18h). O endereço é avenida Miguel Estéfano, 4241, bairro Água Funda. Site: ingressos.zoologico .

 

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