Entre o ronco dos motores e a vibração das caixas de som, pequenos latidos chamaram a atenção no Festival Capital Moto Week (CMW) que, durante dez dias, se tornou também lar e aconchego para os animais que passaram pelo festival, até 2 de agosto passado, em Brasília (DF).
Se tem alguém que carrega histórias e amor de sobra na bagagem é Kleber Lopes, de 66 anos. Vindo de Volta Redonda (RJ), ele já cruzou o país de ponta a ponta, sempre com suas companheiras inseparáveis: Kamilla, Bellinha e a recém-chegada à família, Cristal, que foi adotada de um lar em que sofria maus-tratos.
São três cadelinhas que o acompanham fielmente em cada aventura. “Foram mais de 260 mil quilômetros rodados com elas. A gente já passou por tudo quanto é canto. Eu fui em todos os eventos dos últimos 13 anos e esta é nossa quinta vez no Moto Week”, contou Kleber.
As viagens começaram em uma Honda XRE e hoje seguem em uma NC 750. As cadelinhas viajam sempre seguras e amarradas nas casinhas instaladas na moto. A rotina do quarteto sob duas rodas é compartilhada no Instagram e no Youtube (@Cadelamotociclista).
“Essas meninas mudaram minha vida. E eu, a delas”, resumiu o motociclista. A história de Kleber é um exemplo da conexão que pode nascer entre humanos e animais. E reforça a importância da adoção responsável, atitude que o CMW incentiva, criando momentos para unir potenciais tutores com animais à espera de um lar.
SOBRE A ADOÇÃO RESPONSÁVEL
A médica veterinária Laís Velloso integrou a equipe responsável por viabilizar o Desfile Pet, que fez parte da programação do CMW como um momento de interação e conscientização sobre adoção responsável. Cachorros resgatados ganham destaque enquanto esperam por um novo lar.
“Acreditamos muito nesse espaço de convivência. O Capital Moto Week é um festival que acolhe os animais e essa é uma oportunidade de mudar a vida deles. Queremos mostrar como são lindos e dóceis, e o quanto precisam de uma família”, afirmou Laís.
Ao todo, nove cães participaram do desfile. Eles fazem parte do grupo de 130 animais resgatados de uma casa com condições insalubres, como explicou Mayara Veloso, médica veterinária e coordenadora da Gerência de Vigilância Ambiental em Zoonoses do Distrito Federal: “Esses animais vieram de um caso gravíssimo de saúde pública. Nós recolhemos, tratamos, castramos, vacinamos, socializamos e agora eles estão prontos para um novo lar”.
Dos 130 cães resgatados, restaram 30 à espera de adoção. Entre eles, as cadelinhas Ginger, Dolores e Candy, e o filhote caramelo Pietro, de apenas 9 meses. “A gente entrevista cada candidato, avalia se tem condições para adotar e oferecer qualidade de vida para o cão. É um processo cuidadoso pensando nos bichinhos e futuros tutores”, reforçou Mayara.
Os interessados pela adoção podem conhecer estes e outros animais pelo Instagram @amigosdazoonoses, onde são divulgadas fotos, comportamentos e perfis ideais.
Foto: Júlia Martins
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