O Movimento Universidade Pública Grajaú, Parelheiros e Cidade Dutra realizou uma plenária popular no CEU (Centro Educacional Unificado) Cidade Dutra, na manhã do domingo, 3 de novembro, com uma boa presença de público, apesar do mal tempo, do GP de Fórmula 1 em Interlagos e do exame do Enem.
O objetivo principal do encontro foi discutir e fortalecer a mobilização para a instalação de um Instituto Federal no extremo Sul paulistano, buscando trazer oportunidades de educação técnica e superior para jovens e adultos da região.
Os Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia (IF’s) são escolas federais públicas que oferecem, gratuitamente, educação profissional e tecnológica, em todos os níveis e modalidades, inclusive cursos universitários de graduação e pós-graduação.
Os Institutos Federais foram criados em 2008. Atualmente o Brasil tem 682 unidades dos IF’s. Em 12 de março último, o presidente Lula anunciou a criação de mais cem institutos, doze deles no estado de São Paulo, sendo dois na capital: Jardim Ângela e Cidade Tiradentes.
O MOVIMENTO UNIVERSIDADE
Durante a plenária, a coordenadora Sheila Paulino explicou que o Movimento Universidade Pública no Grajaú, Parelheiros e Cidade Dutra começou antes dos anos 1990, tomou corpo nos anos 1990 e chegou aos anos 2020. Ele é formado por professores, estudantes, pequenos empresários, artistas, cidadãos e cidadãs que resolveram se engajar na luta pela implantação de um Instituto Federal e de um campus da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) no extremo Sul da cidade.
Em 2023, a partir da boa recepção de um abaixo assinado eletrônico divulgado nas redes sociais que reivindicava a instalação de um campus do IF na região, foi realizada uma reunião presencial em setembro daquele ano, na Escola Estadual Carlos Ayres, no distrito de Grajaú.
Segundo Sheila, de lá para cá, o movimento foi se firmando e conversando com várias autoridades, como a Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da República, o reitor do Instituto Federal de São Paulo, vereadores, deputado estaduais e federais.
Na plenária do dia 3, o movimento deu voz à comunidade por meio de representantes de movimentos sociais, comunitários, alunos, educadores e demais populares. Participaram do encontro o ministro Paulo Teixeira, do Desenvolvimento Agrário, e o professor Eduardo Modena, representando o Instituto Federal de São Paulo, além dos deputados federais Nilto Tatto, Alfredinho e Luciane Cavalcante, deputados estaduais Enio Tatto e Ana Perugini, e os vereadores Celso Giannazi e Dheison Silva (eleito), entre outros.
De acordo com o movimento, a etapa seguinte será de compilar o resultado da plenária, incorporando-o ao projeto.
UMA REPARAÇÃO HISTÓRICA
“Parelheiros, Grajaú e Cidade Dutra, juntos, contam com cerca de um milhão de habitantes, e a universidade pública é uma reparação histórica para esta população que não conta com equipamentos públicos suficientes para atendê-la. Mais de 50% desta população é formada de jovens que não têm uma universidade federal, um instituto federal”, discursou a coordenadora Sheila.
Alunos também falaram sobre a necessidade de uma universidade pública na região e das dificuldades que enfrentam como moradores e estudantes. “Não quero meu filho armado, quero meu filho formado”, disse o morador e representante comunitário, José Gonçalves, que destacou a falta de profissionais formados na região.
Também a professora Marília destacou a falta de perspectivas para muitos de seus alunos do ensino médio, em razão da inexistência de uma instituição pública de ensino superior, gratuita, na região Sul. Em seguida, o aluno Diogo entregou cadernos com o projeto do Instituto Federal na região ao ministro e ao professor Modena.
“O reitor do IFSP, professor Silmário dos Santos, é favorável ao Movimento Universidade Pública no Grajaú, Parelheiros e Cidade Dutra”, afirmou o representante do instituto.
Por seu lado, Paulo Teixeira disse que entregará um caderno, como o que recebeu, ao ministro da Educação, Camilo Santana, e outro ao próprio presidente Lula. Também sugeriu ao movimento que marque um encontro com a reitora Rayane, da Unifesp, para tratar da implantação de um campus da Unifesp no extremo Sul.
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