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Pessoas em vulnerabilidade social encaminhadas ao EJA

Mais de duzentos beneficiários do Programa Operação Trabalho (POT) da Prefeitura de São Paulo retomaram neste mês às aulas nas unidades Paulo Emílio Vanzolini (Cambuci e Itaquera), para darem continuidade aos estudos do ensino fundamental pelo Centro Integrado de Educação para Jovens e Adultos (Cieja).

A oportunidade de ingressar na EJA (Educação para Jovens e Adultos) foi viabilizada desde julho do ano passado, pela parceria entre as secretarias municipais de Educação e de Desenvolvimento Econômico e Trabalho. No final de 2023, 29 beneficiários do POT concluíram a formação.

“A função desse programa é possibilitar que os beneficiários reconquistem a autonomia, possam voltar ao mercado de trabalho e retomar seus laços afetivos. Temos no horizonte que as oportunidades são ampliadas quando os participantes avançam também nos estudos”, destaca a secretária de Desenvolvimento Econômico e Trabalho, Aline Cardoso.

Segundo a secretária, na viabilização da volta aos estudos, as equipes cuidaram dos processos desde a parte burocrática, da organização dos horários e o acolhimento. Em ações conjuntas, o corpo docente das escolas e os agentes do POT têm trabalhado para que os novos estudantes possam ter o acompanhamento e cuidados necessários, apresentando-lhes os profissionais envolvidos, os espaços de estudo, além de realizar uma escuta atenta.

A coordenadora geral do Cieja Paulo Emílio Vanzolini, Maria Adélia Gonçalves, destaca a importância das equipes estarem presentes ao longo de todo o ano letivo para entender as demandas dos alunos, que, além de estarem buscando se reafirmar na vida, precisam conciliar as responsabilidades adultas com os estudos e as atividades do POT.

 

DEPOIMENTOS DE FORMANDOS

Alguns dos formandos de 2023 também contaram sobre a experiência de estarem concluindo esta etapa. Mariozan Soares reflete que, estando na casa dos 60, não imaginava que ainda teria essa chance. “Eu já deveria estar com a vida decidida, tanto na parte profissional, financeira, quanto a escolar. Mas o tempo passa e essas oportunidades deslizam pelos dedos da gente sem poder aproveitar”.

Carlos Augusto, outro beneficiário, fala sobre a sabedoria acumulada na vida e, agora, na EJA. “Até então, eu não tinha o conhecimento, o que eu tinha era a vivência do dia a dia. Há poucas coisas possíveis para resgatar do passado, mas a escola é uma delas”. O beneficiário também conta que estudar “é terminar um sonho e poder dar um futuro melhor para minha filha”.

 

O QUE É O POT

O programa da Prefeitura é voltado à população em vulnerabilidade social, visando estimulá-la à busca de ocupação, bem como a sua reinserção no mercado de trabalho. Atualmente, são 18 mil vagas distribuídas em 17 projetos, que contam com uma bolsa que varia entre R$ 1.482,60 – 30 horas semanais, 6 horas por dia, ou R$ 988,34 – 20 horas semanais, 4 horas diárias.

Entre as ocupações em frentes de trabalho estão zeladoria, manutenção e apoio administrativo. De acordo com a Prefeitura, o diferencial desta ação é que os serviços são realizados em locais públicos, fazendo com que o cidadão devolva à cidade o apoio que está recebendo.

Para participar é necessário seguir critérios como ter mais de 18 anos, morar na cidade de São Paulo, estar desempregado há mais de quatro meses e não receber benefícios como seguro-desemprego e FGTS, entre outros. A renda familiar permitida é de até meio salário-mínimo por pessoa da família.

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