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Para 47% dos agricultores locais o rendimento mensal é de mil reais, mostra estudo

A Prefeitura de São Paulo, por meio da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano (SMDU), publicou recentemente um amplo estudo sobre os agricultores da zona rural Sul de São Paulo e as unidades produtivas onde trabalham. O objetivo é orientar o planejamento de políticas públicas que fortaleçam a agricultura, a geração de renda e a preservação ambiental da cidade.
A base de dados utilizada foi o Cadastro das Unidades de Produção Agropecuária da zona rural Sul da cidade de São Paulo, em levantamento realizado no primeiro semestre de 2019, pelo Centro Brasileiro de Análise e Planejamento – Cebrap, que foi contratado pelo “Ligue os Pontos”, projeto que busca fortalecer a agricultura na zona Sul da cidade para frear a expansão urbana desordenada e proteger áreas ambientais.
Ao todo foram cadastradas 428 unidades de produção agrícola da zona rural Sul, sendo 171 no distrito de Parelheiros, 169 no Grajaú e 88 em Engenheiro Marsilac.
Entre os principais resultados do cadastro, pode-se destacar que o agricultor da zona rural Sul é majoritariamente masculino (70%), casado (70%), com idade entre 35 e 59 anos (55%), reside com a família e possui apenas o Ensino Fundamental (45%) como grau de instrução.
Trabalham, em sua maioria (80%), em propriedades de pequeno porte, com até 20 hectares. Até por isso, a agricultura de tipo familiar, com emprego de mão-de-obra não remunerada, possui forte presença local. A informalidade está presente em cerca de três quartos do total das unidades produtivas.
As menores propriedades estão localizadas próximas às áreas urbanizadas e ao longo dos braços da represa Billings. Já as propriedades de maior extensão estão em áreas mais afastadas dos núcleos urbanos, especialmente na região de Parelheiros e na Bacia da Guarapiranga.
Os dados levantados também apontam para uma baixa comercialização da produção, que é bastante diversa, mas especialmente voltada ao cultivo de espécies anuais, como folhosas (alface, couve, repolho) e leguminosas (feijão, soja, grão-de-bico), e de plantas ornamentais para o mercado de paisagismo e como produto de época (árvore de natal).
Apenas um quarto do total da produção é comercializada. Entre os quase 62% dos agricultores que afirmaram comercializar sua produção ou parte dela, 47% declararam ainda ter rendimento mensal inferior a mil reais. Tal situação faz com que 41% do total dos produtores exerçam outra atividade fora da propriedade para complemento de renda.
Merece atenção ainda a baixa adesão (20%) dos agricultores a qualquer forma de cooperativismo ou associativismo – com exceção dos produtores orgânicos ou em transição agroecológica. Por fim, 60% dos produtores enxergam um futuro onde a geração mais nova assumirá a gestão da propriedade rural e onde as condições de vida possam melhorar.

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