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Icel, a dez anos incluindo portadores de deficiência

Parecia uma ideia simples incluir pessoas com deficiência física por meio de atividades esportivas e lúdicas adaptadas, através de visitas a pontos culturais e de passeios. Mas colocá-la em prática demandou esforço, dedicação e sacrifício, hoje recompensados quando o Icel – Interação, Cultura, Esporte e Lazer – completa dez anos.

Foi em 2009 que a iniciativa começou, a partir do grande número de pessoas com deficiência física na cidade de São Paulo. São 216,3 mil com deficiência motora, segundo o último censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), os quais enfrentam falta de acessibilidade em ruas e calçadas, e de acesso a atividade física adaptada, a eventos culturais e ao lazer.

“Desde o início, acreditamos que a intervenção do esporte como meio de inclusão social pode atuar de forma significativa na vida de portadores de deficiência física e estender esses benefícios à família e à comunidade. Dez anos passados, o Icel atingiu esse objetivo”, conta Paulo Scarpelli, cadeirante e um dos idealizadores do projeto.

O Icel também promove a cultura aos seus integrantes, levando-os a museus, musicais e teatro. Estimula a saúde por meio do esporte, com a implementação de atividades adaptadas, entre elas, o handebol em cadeira de rodas, a zumba gold e a natação. O lazer é outro ponto forte, com passeios ecológicos, visitas a parques públicos e a outros locais.

O Icel aderiu à prática do HCR4 (Handebol em Cadeira de Rodas) no ano de 2013, para oferecer mais atividades esportivas para seus integrantes. “A entidade obteve aceitação imediata e tornou-se a primeira equipe de handebol em cadeira de rodas na cidade de São Paulo”, explica Sandro de Brito, presidente do projeto.

Apoio para melhorar

Segundo seu presidente, o Icel pretende ampliar o atendimento a esse público, em particular, a menores de 18 anos com deficiência, o que ainda não é possível por ser preciso mais voluntários para essa tarefa. “Hoje, contamos com cerca de 25 integrantes, em sua maioria, homens. O mais velho do grupo, o senhor Arnaldo, está com 59 anos de idade e alguns estão conosco desde o início do projeto. Eles vem de várias partes da cidade e um vem de trem de Osasco”, informa Sandro.

 

A entidade necessita também de voluntários na área da saúde como, por exemplo, fisioterapeutas, dentistas, nutricionistas e profissionais de Educação Física. Também são bem vindas doações de cadeiras de rodas esportivas, material esportivo e uniformes para treinamento e jogos oficiais. Quanto ao transporte de seus membros para os passeios, jogos e demais atividades, o Icel busca ter o seu ônibus próprio ou poder contar com a locação de vans adaptadas.

“Nosso sonho é ter uma sede própria, onde poderíamos realizar atividades que hoje praticamos em espaços que nos são cedidos e onde poderíamos nos reunir com maior freqüência e estarmos mais tempo juntos”, comenta Paulo.

O presidente Sandro realça que nada é cobrado dos seus membros e que o Icel se mantém por meio de colaborações, parcerias e do dinheiro arrecadado por meio de rifa realizada a cada dois anos. Parcerias como a da psicóloga Patrícia, que recentemente passou a atender os integrantes do grupo.

 

E ainda as parcerias com Roberto, proprietário do Salão Roberto Azevedo, situado no Jabaquara, que faz corte de cabelo gratuito para o grupo; com Caíque, do bairro da Pompéia, que fornece lanches; com Elói, que fornece uniformes esportivos e também presenteia os cadeirantes na Páscoa, através do “Amigo Chocolate”; a Kelly, do Grupo Vida’s, e o Grupo Sinal, que também doam uniformes para o Icel.

 

“Sem essas parcerias não teríamos como seguir adiante”, conclui Sandro.

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