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Este é o perfil da mulher vítima de violência atendida durante a pandemia

Branca, de 30 a 49 anos, solteira, heterossexual, formação escolar igual ou superior ao ensino médio e com rendimento de um a dois salários mínimos, este é o perfil da maioria das mulheres vítimas de violência durante a pandemia na cidade de São Paulo.

É o que apontam os dados coletados a partir dos registros de 6.408 mulheres atendidas pela rede de serviços de proteção à mulher da Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania (SMDHC) desde março de 2020.

Uma das constatações que reforçam o alcance do machismo estrutural é que mesmo as mulheres que passam longe deste perfil estão igualmente expostas ao risco de violência. O percentual de atendimentos às mulheres de renda superior a 20 salários mínimos, embora seja muito baixo no total, proporcionalmente, mostra que as chances de alguém nessa faixa de renda sofrer uma violência é praticamente equivalente ao do grupo com menor renda.

O fato de a maioria das atendidas terem uma renda de até dois salários mínimos (64,68%) acompanha o total de mulheres nessa faixa de renda. Na cidade de São Paulo, a renda média domiciliar no município é de R$ 3.443,00, segundo a Fundação Seade.

Um dado no levantamento que parece fugir ao esperado é a maioria das mulheres atendidas se identificarem como brancas, com um total de 51%, sendo 33,7% pardas e 13,8% pretas. Segundo o Anuário 2021 do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, 61,8% das vítimas de feminicídio no Brasil em 2020 são negras.

Ainda de acordo com os dados, 65,36% das mulheres atendidas tem ao menos o ensino médio completo. Os dados indicam, portanto, que mulheres com maior grau de escolaridade, e por consequência maior acesso à informação, tendem a buscar ajuda com maior frequência, conseguindo assim romper o ciclo de violência. Por fim, o alto percentual de mulheres responsáveis pela família (65,6%) no total de atendidas, indica a importância do fator econômico na tomada de decisão para a quebra do ciclo da violência.

Mulheres que têm uma maior independência financeira encontram menos dificuldades para denunciar uma relação abusiva, por não dependerem do suporte financeiro de seus agressores.

Os dados levantados reforçam que a informação e conscientização são fatores importantes para que as mulheres dêem o difícil primeiro passo para romper o ciclo da violência. A SMDHC reforça o suporte às mulheres vítimas de violência doméstica, com a ampliação dos canais de denúncia pelo Disque 156 e a concessão do auxílio hospedagem. Ao todo são 13 serviços da SMDHC em pleno funcionamento. Confira a rede de atendimento da SMDHC na zona Sul paulistana:
Casa da Mulher Brasileira (todos os dias, 24 horas) – Rua Vieira Ravasco, 26 – Cambuci. Telefone (11) 3275-8000.
Posto Avançado de Apoio à Mulher (segunda a sexta-feira, das 10h às 16h):

Terminal de Ônibus Sacomã – zona Sul.

CRM’s e CCM’s – Segunda a sexta-feira, das 10h às 16h:
Casa Eliane de Grammont (SUL) – Rua dr. Bacelar, 20 – Vila Clementino. Telefone (11) 5549-9339;
CRM Maria de Lourdes Rodrigues (SUL) – Rua Luiz Fonseca Galvão, 145 – Capão Redondo. Telefone (11) 5524-4782;
CCM Parelheiros (SUL) – Rua Terezinha do Prado Oliveira, 119 – Parelheiros. Telefone (11) 5921-3665;
CCM Santo Amaro (SUL) – Praça Salim Farah Maluf, s/nº – Santo Amaro. Telefone (11) 5521-6626;

CCM Capela do Socorro (SUL) – Rua professor Oscar Barreto Filho, 350 – Grajaú. Telefone (11) 5927-3102.

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