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Escritora Carolina de Jesus é homenageada em Parelheiros

Em julho passado, na praça jornalista Ivan Bertolazzi, localizada no centro de Parelheiros, no extremo Sul paulistano, foi inaugurada escultura em homenagem à Carolina Maria de Jesus.

Considerada uma das maiores escritoras do país, Carolina viveu seus últimos anos de vida em Parelheiros, local onde a família da homenageada desejava que fosse exposto o monumento.

A obra faz parte do projeto do Departamento do Patrimônio Histórico da Cidade de São Paulo (DPH), por meio da Secretaria Municipal de Cultura, em homenagear personalidades negras da cultura paulistana, e é a primeira escultura de Carolina Maria de Jesus no Brasil. O monumento também fez parte da programação em celebração ao Dia da Mulher Negra, Latino-americana e Caribenha, comemorado no último dia 25 de julho.

Programada inicialmente para ser colocada no Parque Linear, o local desagradava a família e admiradores da artista. Sua filha, Vera Eunice, acreditava que a praça central de Parelheiros tinha uma grande representatividade para a sua mãe. Então, Vera expressou ao poder público a sua vontade de mudar o local da obra.

De acordo com o subprefeito de Parelheiros, Marco Furchi, “quando a Vera nos trouxe o problema, nós não entendemos isso como uma dificuldade. Foi uma honra fazer parte deste movimento, e entendendo a vontade da família da Carolina de Jesus, entendendo a vontade dos munícipes de Parelheiros em fazer essa homenagem para a escritora, aqui na praça central, em um dos lugares onde ela viveu grande parte da sua vida, nós conseguimos afinal colocar a Carolina onde ela merece estar”.

No evento de inauguração estiveram presentes Dirce Thomaz, atriz que interpretou Carolina no teatro; a vereadora Elaine do Quilombo Periférico; Vera Eunice, filha da escritora; o vereador Rodrigo Goulart; o subprefeito Marco Furchi; e Néia Ferreira Martins, artista responsável pela obra (todos estes na 1ª foto), entre outros.

SOBRE CAROLINA DE JESUS

Nascida em Sacramento, Minas Gerais, Carolina Maria de Jesus mudou-se para a favela do Canindé, zona Norte da cidade de São Paulo. Ela retratava em diários a sua dificuldade para sobreviver. Desempregada, sustentava seus três filhos com o dinheiro da coleta de materiais recicláveis.

Seu talento foi descoberto pelo jornalista Audálio Dantas, que em meio a visitas na comunidade, tomou conhecimento dos diários de Carolina. Foi assim que, em 1958, com o auxílio de Audálio, ela publicou a sua principal obra: “Quarto do Despejo: Diário de uma Favelada”. Em 1969, chegou em Parelheiros, onde viveu até os seus últimos dias. Segundo sua filha Vera Eunice, Carolina teve uma vida infeliz, devido às dificuldades, “porém, em Parelheiros, ela foi feliz”.

Colaboração: Dener Messias
Foto: Lucas Ribeiro

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