Acima de 300 casos por 100 mil habitantes é considerado nível epidêmico em se tratando da incidência de dengue. Em recente boletim da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), com dados contabilizados até 3 de abril, Engenheiro Marsilac aparece com 316,3 casos da doença e Parelheiros com 544,4.
Os dois bairros do extremo Sul paulistano não haviam ainda apontado alta incidência de dengue e nem chegaram a níveis epidêmicos como estes, mesmo em 2015, quando a cidade de São Paulo confirmou 103.186 casos da doença. Ela se manteve média em Parelheiros, cuja taxa foi de 152,2 , e baixa em Engenheiro Marsilac, com coeficiente de incidência de 12,1.
Estes dados são apontados numa série histórica de casos e incidência de dengue que constam dos boletins epidemiológicos de arboviroses – doenças transmitidas por mosquitos – da SMS.
Já na semana de 20 a 27 de março último, Parelheiros chegou a uma incidência de 405 casos. Até 3 de abril passado, a capital paulista contabilizou 114.314 casos de dengue com 39 mortes.
Segundo matéria da “Folhapress” com a professora Maria Anice Mureb Sallum, do departamento de Epidemiologia da Faculdade de Saúde Pública da USP (Universidade de São Paulo), contribuem para essa situação em Parelheiros e em Engenheiro Marsilac o fato de serem áreas pobres e com infraestrutura urbana caótica, o que favorece a proliferação do mosquito Aedes Aegypti.
De acordo com a professora, que também é coordenadora do Mestrado Profissional em Entomologia, “nessas regiões há casas com caixa d’água em cima da laje, casas com laje sem telhado e também a coleta de lixo não é regular. Nas lajes pode ter acúmulo de água, assim como tem pessoas que guardam água em casa. Mesmo que tenha menos pessoas e menos mosquitos, há o suficiente para manter a transmissão do vírus da dengue”.
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