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Colégio Humboldt inaugura monumento premiado

Em 9 de novembro, o Colégio Humboldt, instituição bilíngue (português e alemão) localizada na região de Interlagos, em Capela do Socorro, inaugurou o monumento que foi construído na instituição e que simboliza a dicotomia entre o totalitarismo e a democracia.

O projeto foi o vencedor do concurso “Erinnern für die Gegenwart” (“Lembrar para o presente”), promovido pelo Ministério das Relações Exteriores da Alemanha para todas as 140 escolas alemãs no exterior.

A obra do Humboldt se chama “DenkMalNach – FragMalNach” (“pense sobre isso – pergunte sobre isso”), no sentido de pensar e perguntar criticamente sobre os eventos históricos. Como prêmio, o colégio recebeu um cheque simbólico no valor de 15 mil euros.

De acordo com o diretor-executivo do Colégio Humboldt, Fábio Martinez, o monumento da instituição retrata o passado sombrio da Alemanha e as conquistas do presente. “É fundamental que a simbologia do monumento incentive a reflexão sobre um capítulo sombrio da história para que ele jamais volte a se repetir”.

Segundo o colégio, o concurso contribui para a promoção e a discussão da cultura de memória nas escolas, incentivando-as a lidar com a sua própria história, com seu contexto regional histórico e a refletir sobre o presente.

De acordo com Ronny Möller, professor de História e Educação Física (disciplinas ministradas em alemão) envolvido na elaboração da proposta, o conceito do monumento permite a reflexão sobre outros temas relacionados, como o da ditadura RDA (República Democrática Alemã) e o da ditadura civil-militar no Brasil. Além disso, também pode ser usado de várias formas durante as aulas regulares.

Um dos critérios importantes da competição vencida pelo Humboldt é a participação dos alunos no projeto de forma intensiva e autônoma. Eles foram divididos em dois grupos de trabalho. Um deles, apoiados por Tiago Santos, professor de História, trabalhou em um documentário sobre “memória” no colégio. O outro grupo lidou com o desenvolvimento da criação e construção do monumento e contou com o apoio de Möller e Mathias Rempel. O artista Ricardo Ramalho e o arquiteto Luiz Biasi são os responsáveis pelo planejamento e questões de estética artística da obra.

Ampulheta simboliza o tempo

A obra, com dimensões de 10 metros de comprimento, 4,65 metros de largura e 3,35 metros de altura, tem o formato de uma ampulheta e representa uma espécie de “buraco de minhoca”, uma analogia para uma passagem entre passado e presente.

Ela é interativa, o que possibilita o movimento de pessoas dentro da construção, entrando pelo lado do “passado” (escuro e sombrio, representando o totalitarismo), podendo passar por uma seção média mais baixa para o outro lado, o “presente”, projetado com aspectos positivos, como diversidade, liberdade e democracia.

O trabalho de equipe foi desenvolvido com o apoio do Departamento de Artes da escola. Patricia Naka, professora de Artes Visuais, juntamente com o curador e artista, Ricardo Ramalho, auxiliaram e orientaram os alunos em diferentes contextos e formas artísticas de monumentos.

“Todo o ambiente estará repleto de grades de metal, como as de uma prisão, as quais deverão dificultar a passagem. O ambiente do “presente” é projetado de tal maneira que aspectos positivos contrastem com o ambiente do “passado”, explicou Patricia Naka.

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