O Governo de São Paulo quer antecipar a vacinação contra a gripe no estado para o início de março. No calendário nacional, ela estava inicialmente prevista para começar apenas em abril.
A proposta será apresentada ao ministro da Saúde na tarde desta quinta-feira (27), em reunião no Palácio dos Bandeirantes, na Zona Sul da capital paulista, segundo informou o infectologista e responsável pelo centro de contingência que irá coordenar ações contra a propagação do Covid-19.
O objetivo, aponta o especialista, é diminuir a contaminação por três tipos de vírus e evitar que a população confunda os sintomas com o coronavírus.
“O que nós vamos discutir hoje com o ministro [Mandetta] é que o [Instituto] Butantã consegue disponibilizar a vacina [contra a gripe] no começo de março. Eu vou propor que a vacina não precisa ir para a Brasília e voltar pra São Paulo. Arrumar uma logística para sair do Butantã e distribuir pelos 645 municípios de São Paulo. A vacina está pronta e tira três vírus de circulação” .
Uip ainda destaca que “É importante que as populações mais vulneráveis sejam vacinadas porque você diminui a circulação de pelo menos dois vírus. Dois do grupo influenza A e um do grupo Influenza B. A tetravalente que tem em clínicas privadas tem dois sorotipos do tipo B” .
No início de fevereiro, o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, chegou a afirmar que a campanha de vacinação contra a gripe no país seria antecipada.
A declaração foi dada durante durante a 1ª Reunião Ordinária da Comissão Intergestores Tripartite 2020, com secretários de Saúde dos Estados e capitais de todo o país para discutir estratégias de um plano de contingência caso o coronavírus chegasse ao Brasil.
Na ocasião, Mandetta disse que a antecipação estava prevista antes mesmo de o surto de coronavírus surgir no mundo. A nova data, porém, ainda não foi divulgada pelo Ministério.
Centro de contingência
Nesta quarta (26), o governo paulista anunciou a criação do centro de contingência será coordenar ações contra a propagação do Covid-19, que terá como foco principal o papel de coordenação das ações contra a propagação do vírus.
“Vai discutir as políticas que devem ser adotadas do ponto de vista de sugestão para o secretário como uma campanha específica para dizer quem vai para qual lugar, quais são os hospitais que vamos identificar, quais são os diagnósticos”, disse Uip.
O grupo contará com profissionais do Instituto Butantan e médicos das redes pública e privada, sob a supervisão do Secretário de Estado da Saúde, José Henrique Germann.
Diagnóstico
De acordo com o infectologista, o exame que mede a dosagem de proteína C reativa (PCR) é suficiente para diagnosticar a contaminação pelo coronavírus, por ter resultado rápido e ser mais econômico. Além do PCR, tem o Metagenona, que demora até 3 dias e é caro, custa R$ 1.500 cada exame.
A contraprova é necessária para a comprovação, segundo regulamentação do Ministério da Saúde.
“Isso serve para os primeiros casos. Depois, se a gente tiver centenas, milhares de casos, acaba essa história. Primeiro, porque eu não vejo a menor necessidade de confirmação. Segundo você tem um laboratório público em São Paulo de altíssima qualidade que é o Adolfo Lutz que está preocupado não só com o coronavírus”, argumentou.
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